Saco cheio, ou saco vazio?

Quando sua mente está submetida a escassez, qualquer pedido vai parecer excessivo!

Quantas vezes você já teve a sensação de estar de saco cheio na relação com seus clientes, ou nas suas relações profissionais?

Nesta semana esta foi a queixa de uma das empreendedoras que eu mentoro dentro da MINA, isso porque ela sentiu que as pessoas interessadas nos seus serviços estavam pedindo coisas fora do equilíbrio, exigindo mais por menos e até de graça.

E eu poderia seguir esta prosa falando sobre posicionamento, valor praticado e valor reconhecido, e outros, mas não, quero seguir com um olhar sistêmico.

Trouxe a ela a seguinte reflexão:

Você vê alguma similaridade na relação que se estabelece com seus possíveis clientes e alguma relação do seu sistema familiar?

Você sentiu algo parecido como: “Não tenho nem para mim, e você está me pedindo mais?”, mesmo que isto não tenha sido verbalizado por ela, mas sentido.

Imediatamente ela já fez alguns reconhecimentos.

Claro que este é um assunto amplo, mas veja, quando ficamos de “saco cheio”, sem paciência, como ela mesmo relatou, é muito possível que não estejamos nos sentindo nutridas o suficiente para entregar fora.

E neste movimento, junto com a insatisfação, por não “entender” o comportamento das pessoas que procuram pelo nosso trabalho, vem o sentimento de inadequação, de estar fazendo algo errado, de não ter o reconhecimento merecido, a raiva e a impaciência de ter que se relacionar com quem não está de fato nos enxergando.

Alguma similaridade com relações familiares intimas?

Esta é a dinâmica sistêmica, na prática, aquilo que não foi resolvido dentro, vai perpetuar, até ser reconhecido, integrado, e na vida adulta, por duas principais vias: os relacionamentos e a trajetória profissional escolhida.

Não tem como fugir...

Quando não enchemos o nosso saco, não nos nutrimos o suficiente, o nosso saco vai estar vazio, ou seja, qualquer coisa que o outro te pedir, vai ser muito, para quem está sem nada!

Agora, reflita, se trabalhar é servir, e ser bem paga pelos serviços prestados, como pode haver prosperidade, por meio de bons clientes, se sua sensação interna é de inadequação e insuficiência?

Até o próximo!

Aline Pastori.